terça-feira, 16 de novembro de 2010

ITAPIRUBÁ

Nunca pensei que meu primeiro almoço compartilhado seria mesmo uma salvação. Quando pensamos este blog, eu e Vana, imaginávamos salvar nosso dia do tédio do escritório, se é que podemos chamar nosso trabalho super agitado de tédio. Mas enfim, passar o dia em frente ao computador pode ser uma tarefa muito tediosa mesmo.
Voltando a hoje.
Final de feriado da república. Três dias gostosos no litoral catarinense, boa companhia, sol e vendaval primaveril encerrados, pegamos a estrada de volta para casa.
Já na saída o GPS nos deu a dica, insistia em nos mandar de volta a Garopaba. Fiz de tudo para que ele mudasse de idéia e nada. Muitas risadas depois finalmente achei o ponto de convencimento da maquininha e ela nos indicou o caminho certo pra Porto Alegre.
Já era tarde... À nossa frente uma fila interminável de carros entupia a estrada, passados menos de 60 km do início da jornada, deixando no plano do sonho os próximos 345.
Eu e Louis no olhamos e ele fez uma manobra radical. Cruzou a BR e voltamos em busca de um restaurante já que a fome nos apertava o estomago naquele início de tarde.
Próximo lugarejo: Itapirubá. Passo por esta praia todos os anos, vejo sua placa desde os anos 70 e nunca, nunca entrei por ali. Foi hoje...
Itapirubá é quase uma praia gaúcha, não fosse pela cor do mar e pelas pedras que a dividem em Praia Norte e Praia Sul, ela poderia estar entre Tramandaí e Cidreira, sem sombra de dúvidas.
Ruas mal calçadas, carros já bem usados cruzando as esquinas desertas. Casa de madeira dos anos 60, e um enorme prédio abandonado, que parece mais uma grande colônia de férias de alguma associação de trabalhadores. Chegamos à beira do mar e um grupo de garotas, provavelmente do interior do Rio Grande pelo sotaque, nos deu a dica de como chegar ao “centro” do balneário.
Entre pequenas ruelas de paralelepípedos achamos a Praia Norte, onde nada, além do vento nordeste mais violento que vi nos últimos anos, estava presente. Nada de restaurante. Por toda a praia vimos apenas um, fechado...
Três e meia da tarde numa prainha escondida só mesmo na beira do mar seria possível achar um restaurante. Mas não conhecíamos o segredo de Itapirubá, quando venta na Praia Norte, o pico é a Praia Sul, e foi lá, na areia, que encontramos o restaurante que seria nossa salvação.
Depois da aventura da BR trancada, da praia deserta, o tal restaurante com nome de Recanto, ou Regato, não consigo lembrar, foi mesmo um luxo. Lembro mesmo é do nome do prato que pedimos: Completo para 2.
Arroz, feijão, farofa, pescada à milanesa, camarão ensopado, salada e um prato de batata frita bem sequinha... Tudo de bom. Nosso apetite cresceu ao ver a mesa cheia dos quitutes  clássicos de um restaurante simples de Santa Catarina.
Comemos com calma, olhando a praia e seus veranistas tão diferentes daqueles que lotam Garopaba, Praia do Rosa, Ferrugem e Barrinha. Como estávamos na estrada ficamos em falta com a cerveja gelada e bebemos mesmo uma Coca Zero, até eu que não bebo refri, mas o momento solene pedia uma comemoração.

Saímos felizes, alimentados, rindo com nossa aventura de estrada, e eu em especial, satisfeita por finalmente ter entrado em Itapirubá.
Essa especialidade gastronômica incluído refri e 10% fechou em R$ 40,00 reais e lembrei de Vana a quem brindei com minha coca, “se come barato no sul mesmo”.

A BR continuava lá, ainda mais lotada e resolvemos voltar a Garopaba, deixando a ida para casa pruma outra história.

Nenhum comentário:

Postar um comentário